Interlúdio
33 Anos fora do mapa

Maldita cidade...

...Essa que eu moro. Não é por ser pequena. Não é por não ter nada pra fazer, nem por não acontecer nada aqui. O problema é o POVO. Não os mais velhos, nem mais os adultos. Mas os jovens e as CRIANÇAS. Enfim, deixem-me explicar:

A cidade é tão atrasada, que eles tem preconceito contra qualquer coisa que não seja ALEMÃO, roupas compradas em lojas de R$10,00 e cabelos que não sejam topete ou Estilo Penico. Os mais velhos, tudo bem, foram criados diferente, estão perto da morte, e tal. Os mais adultos já é meio zuado, porque eles deveriam "evoluir" junto com a sociedade e etc. Agora, o problema maior é que parece que elas ENSINARAM isso aos seus filhos desde pequenos.

Quando eu cheguei aqui, há uns 5 anos atrás, meus vizinhos já me pentelhavam por eu ser "novo". Queriam se fazer de mandões, brigões, machões, etc. Pareciam cachorros marcando território. Enfim. Quando eu comecei a ter um pouco de estilo, começavam a me tirar por causa do cabelo comprido e tal, queriam sempre brigar comigo, mas eu sempre fiquei de boa. Depois de um tempo, o pessoal TODO começou a pegar nojo de mim. Enfim, o mais absurdo aconteceu hoje, e eu fui obrigado a rir. Eu fui no mercado comprar umas coisas, e na volta, passei por um pirralho de 10 anos, mais ou menos. Olhei pra ele por alguns segundos, e segui meu caminho. Quando passei por ele, ele começou "Ué, ué, ué, ué", como se quisesse explicações do por que eu ter olhado ele. Eu simplesmente parei, olhei pra trás, vi aquele pirralho de chinelo de dedo, calça de moletom e bonézinho pra trás, e falei "Só o que falta, né." e saí rindo igual louco. Enfim, ele pegou o caminho dele e eu o meu. Cheguei em casa, contei pra minha mãe e ela riu muito. E ainda acrescentou: -Esses alemões daqui são muito estranhos, e não respeitam ninguém.

Enfim, resumindo: É foda sair numa cidade onde tu sabe que não importa por onde vá, nem que caminho tome, mas alguém SEMPRE vai te provocar, te ofender ou no mínimo fazer um comentário maldoso. Até hoje eu nunca apanhei na rua, mas é pelos simples fato de que eles são muito cagões. Só fazem piadinhas quando estão em corjas e nunca realmente vêm pra cima pra brigar. De qualquer modo, um dia desses queria muito espancar um deles pra servir de exemplo pros outros que mexem comigo.

Não ligo muito pra isso, mas tipo, é IRRITANTE. Demais.

Sim, isso foi um desabafo, porque além do blog estar desatualizado, eu me sinto no DEVER de falar: Se você não gosta de algo em alguém, como o estilo, o corte de cabelo, a roupa, etc, comente com seus amigos, faça piadas internamente. Não fale nada pra pessoa. Isso é chato, e o máximo que vai acontecer é a pessoa te achar tão imbecil quanto um esquilo. Ah, e se vocês, machões, acham que as meninas gostam disso, que acham isso engraçado, aí vai a dica: Elas não gostam. Prefeririam que vocês falassem coisas legais pra elas do que gritassem um xingamento pra alguém.


Do mais, sem mais.

Obs: Sei que o Funha vai usar alguma das Tags mais tarde xD

Walt & Felix ~ Ghost Overload

3 comments so far.

  1. Funhanhos 7 de agosto de 2009 às 15:13
    Ué, ué... Esquilos não são estranhos, ué?!
    Hahahahaha!
  2. Lust 7 de agosto de 2009 às 22:00
    Cale os dedos e poste algo
    AHUAUHAU (L)
  3. Candy (me) 10 de agosto de 2009 às 18:38
    Confesso que hesitei em comentar esse post, pois me trouxe muitas lembranças. Acho que por essas lembranças todas que eu sou a pessoa que sou hoje. Se isso é ruim, eu não sei, mas ao menos eu respeito e muito a individualidade das pessoas. Minha família era muito pobre e foi tentar a vida nos EUA quando eu tinha quase 3 anos de idade. Em casa tive uma criação modo brasileira com super proteção e até insegurança da minha mãe por tudo que passava. Eu era insegura sempre e tudo foi sofrido, desde ir pra escola quanto ir num médico. Algumas coisas contribuíram pra isso: não sabiam que eu era praticamente ‘surda’ até os oito anos. Eu ouvia muito pouquinho e por isso sentava em frente na TV e fiquei com miopia crescente ... tanto que meus óculos são fundo de garrafa. Operei os ouvidos 4 vezes, e a cada seis meses trocava óculos até os 15 anos quando recomendaram lentes de contato pra segurar a miopia. E realmente ajudou. MAS nisso tudo, por ansiedade eu comia em demasia, era ridicularizada por ser gorda, ter óculos fundo de garrafa, me tornei introspectiva e a biblioteca era o lugar que eu mais freqüentava. Meu quarto e os livros eram meu refúgio. E ainda assim não podiam me largar de mão: minha mãe queria me ajudar (arrumar) e eu fazia dietas desde os 8 anos, na escola as regras eram de competir por TUDO e o que não se conseguia fazer ainda sim tinha que FAIL na frente de todo mundo pra mostrar que ao menos tentou. Quando jogávamos algo (baseball, volleyball..) o capitão de cada lado escolhia seu time. Adivinha quem sobrava? Quietinha eu só esperava a crucificação. Me diz se isso é aprendizado? Com que crueldade os adultos tratavam quem não era ‘Pop’, quem não preenchia os requisitos de ser ‘normal’. Eu me lembro de sempre andar com os livros encostados no peito, caminhando de cabeça baixa pra casa no frio do inverno e atrás vinham os colegas me chamando nomes pejorativos e atirando bolas de neve em mim.
    Tem algo que nem eu entendo, mas eu não os odiava, e sim odiava a mim mesmo por ser a estranha, diferente e não fazer parte do todo. Anos se passaram, me tornei adulta, sofri preconceito de tantas formas, mas aprendi que não sou EU a errada e sim o mundo que faz com que as pessoas sejam tão ridículas e hipócritas ao ponto de rotular e ser preconceituosas para com os outros. Eu digo coisas que todos sentem e pensam, mas não têm coragem de dizer, e meu estilo de vida e a forma de ser sou EU que escolho.
    Não esqueço jamais de algo que li certa vez: ‘Nascemos tão originais, pena que morremos cópias uns dos outros. ’ Pois eu jamais quero ser mera cópia de outro ser humano. Não sou ninguém melhor nem pior que os outros, e prezo minha individualidade.
    Se você não gostar ou estranhar a forma de ser, se vestir, falar, etc. do outro, lembre que o mundo não gira ao redor dos ditos ‘certinhos’, ‘perfeitos’, etc.. e que aceitar regras pré-estabelecidas é muito pouco pras pessoas que tem informação e conhecimento à mão. Precisamos nos respeitar e ter nossos próprios princípios e formas de viver. Enfim, sermos mais feliz.

    (desculpa o tamanho do comment)

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